A DISSIDÊNCIA COMO FONTE E PONTO DE FUGA DO DIREITO
Palavras-chave:
Dissidência, Lei Agonística, Democracia DissensualResumo
A função política e ideológica do direito é nutrida pela dissidência como "sentir-se diferente", que se torna uma categoria da ordem pré-conceitual. A dissidência como origem introduz, pela estrutura, a natureza indecidível do direito e da democracia. É sua fonte e seu ponto de fuga. A modalidade dissensual constitui o cimento de um direito democrático crítico que: determina epocalmente quais corpos são excluídos e quais não são; que legitima hegemonias ao mesmo tempo que possibilita contra-hegemonias, e dá o logos ao mesmo tempo que o silencia. A palavra democracia, tão fustigada hoje pelo autoritarismo, pelo conformismo, pelo esvaziamento dos reflexos e pela automatização do desejo, sofre de uma sobrecarga conceitual, que pode conectá-la tanto a movimentos populares quanto a estratégias dramaticamente autoritárias. Isso reforça nossa responsabilidade ética de buscar sua camada final e essencial de significado, que, da nossa perspectiva, é fornecida pela dissidência, esse "sentimento diferente" que nutre a função política do direito. Nossas questões sobre a categoria de dissidência respondem a uma preocupação crescente sobre um poder que se tornou hegemônico, diminuindo sua resistência e diluindo-a. Tematizar a dissidência (resistência, reivindicação, protesto) significa devolver ao poder e à lei o jogo agonístico essencial ao desenvolvimento do seu poder democrático.
Downloads
Referências
AGAMBEN, G. et al. (2010). Democracia, ¿en qué Estado? Buenos Aires. Prometeo Libros.
Bauman, Zygmunt. (1997). Legisladores e intérpretes. Argentina. Universidad Nacional de Quilmes.
Cárcova, Carlos. (2007). Las Teorías Jurídicas Post Positivistas. Buenos Aires. LexisNexis. Esposito, Roberto. (2012). Communitas. Buenos Aires. Amorrortu editores.
Foucault, Michel. (1996). Genealogía del racismo. Argentina. Caronte Ensayos. Fusaro, Diego. (2024). Pensar diferente. Madrid. .Editorial Trotta.
Habermas, Jurgen. .(1998), Facticidad y validez. Madrid. Editorial Trotta.
Hirschman, Albert (1977). Salida, voz y lealtad. Méjico. Fondo de Cultura Económica. Hobbes, Thomas. (1992). Leviatán. Méjico. Fondo de Cultura Económica.
Ketterer, Hanna y Karina Becker (eds.) (2023). ¿Qué falla en la democracia? Barcelona.
Herder Editorial.
La Boétie, Étienne de (2010). Discurso sobre la servidumbre voluntaria. Madrid. Editorial Tecnos.
Mouffe, Chantal. (2014). Agonística. Buenos Aires. Fondo de Cultura Económica.
Mouffe, Chantal. (2007). En torno a lo político. Buenos Aires. Fondo de Cultura Económica.
Mussil, Robert (2015). El hombre sin atributos. Barcelona. Seix Barral.
Nancy, Jean-luc .(2009). La verdad de la democracia. Buenos Aires. Amorrortu. Rancière, Jacques. (1996). El desacuerdo. Buenos Aires. Ediciones Nueva Visión.
Ruiz, Alicia. (2014). ¨Cuerpo/cuerpos¨. La letra y la ley. Buenos Aires. Infojus, pp. 151- 163.
Tabucchi, Antonio (2005). Sostiene Pereira. Barcelona. Anagrama. Tiburi, Marcia. (2018) ¿Cómo conversar con un fascista? , Méjico. Akal.
Wolfzun, Nora. (2023).¨Un derecho crítico: entre lo impersonal y lo impropio¨. Revista Latinoamericana de Sociología Jurídica. No. 6., pp. 18-42.
Zizek, Slavoj. (2008).¨El espectro de la ideología¨. Ideología. Un mapa de la cuestión.
Buenos Aires. Fondo de Cultura Económica.

Downloads
Publicado
Edição
Seção
Como Citar
Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)
- Nora Wolfzun, UM DIREITO CRÍTICO, ENTRE O IMPESSOAL E O IMPRÓPRIO , Revista Latinoamericana de Sociología Jurídica: n. 6 (4): Número 6 - Septiembre 2023